Cinco atributos indispensáveis dos móveis atuais
Estudo da ESPM revela características essenciais na mobília
Os móveis devem ser trabalhados sobre diversos conceitos, que são:
• Design
• Funcionalidade
• Ergonomia
• Economia de espaço
• Conforto
Design
O design na indústria moveleira no Brasil ainda permanece restrito às empresas que lideram o setor por terem escala e serem dotadas de estrutura para manter um quadro de profissionais capacitados – arquitetos, engenheiros, desenhistas, designers – para o desenvolvimento de produtos.
Já as pequenas e médias empresas, pelo fato de terem dificuldades para manter uma estrutura adequada com profissionais especializados, comumente copiam e adaptam os modelos criados e desenvolvidos pelas empresas líderes.
Design é uma atividade criativa cuja finalidade é estabelecer as qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas, compreendendo todo seu ciclo de vida. Portanto, o design é o fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial para o intercâmbio econômico e cultural.
O design diz respeito a produtos, serviços e sistemas concebidos a partir de ferramentas, organizações e lógica introduzidos pela industrialização - não apenas quando produzidos por meio de processos seriados. O adjetivo “industrial” associado ao design deve relacionar- se ao termo indústria, ou no seu sentido de setor produtivo, ou em seu sentido mais antigo de “atividade engenhosa, habilidosa”.
Assim, o design é uma atividade que envolve um amplo espectro de profissões nas quais produtos, serviços, gráfica, interiores e arquitetura, todos participam. Juntas, essas atividades deveriam ampliar ainda mais - de forma integrada com outras profissões relacionadas – o valor da vida.
Para projetar um móvel e criar o seu design é preciso conhecer desenho técnico, que é uma etapa e uma documentação básica para a fabricação de qualquer produto, tanto no artesanato quanto na indústria.
O técnico ou responsável pela execução extrai do desenho a forma, as dimensões e a construção das peças. Portanto é importante um desenho correto e detalhado, de modo que, todas as informações contidas sejam as mínimas necessárias para uma execução perfeita de um produto ou móvel em questão.
Funcionalidade
A funcionalidade pode ser entendida como praticidade e facilidade de uso. Nos móveis para dormitórios, a funcionalidade pode ser encontrada nos guarda-roupas que tendem a possuir maior especialização do espaço.
As divisões contam com nichos que servem para guardar, objetos especificamente úteis, como por exemplo, gavetas com colméias de acrílico para guardar roupas íntimas, ou ainda, ganchos para guardar colares e jóias.
Muito presentes em armários de marcenaria e em móveis planejados, a tendência é que estas especializações também possam ser trabalhadas em móveis mais populares, já que, graças ao acesso ao crédito, a população com menor renda tem buscado móveis com maior valor agregado.
Ergonomia
O papel da ergonomia é subsidiar o planejamento, o projeto, a avaliação de produtos, postos de trabalho, sistemas de informação e ambientes, tornando-os compatíveis às necessidades, habilidades e limitações dos indivíduos.
Na esfera do ambiente construído, a ergonomia passa a incorporar o conhecimento de disciplinas relacionadas aos indivíduos e ao próprio ambiente para um alcance global das interações e adequações ao ser humano.
Por exemplo, o uso do espaço exterior ou interior com base nos conceitos de espaço público ou privado, as barreiras arquitetônicas, a apreensão do espaço, a navegação e a circulação no espaço arquitetural, os sistemas de informação e comunicação, a acessibilidade e o design universal, relacionando-os às atividades de trabalho, de serviços e de lazer.
A ergonomia em quartos deve estar presente tanto em roupeiros e guarda-roupas, mas em camas e outros móveis específicos, onde os móveis de dormitórios estão ficando cada vez maiores, mas com divisões internas que aproveitam melhor o espaço, com compartimentos em acrílico e mais cabideiros, prateleiras e gavetas para abrigar os utensílios e roupas.
Economia de Espaço
A construção civil vem forçando modificações no aspecto e no tamanho dos móveis, pois os espaços estão ficando cada vez menores, especialmente nas cidades grandes e nas moradias destinadas às classes de renda mais baixa. Dessa forma, o espaço doméstico precisa se readaptar à sua nova realidade: ambientes menores, com pouca mobília e mais praticidade.
Existe uma dificuldade de apropriação desses espaços cada vez mais reduzidos se forem utilizados mobiliário e equipamentos convencionais. Mesmo quando o projeto arquitetônico prevê dispositivos como divisórias móveis, que permitem a contínua reorganização do espaço, ao se misturar nesses locais peças convencionais de
mobiliário (ou seja, peças com uma única função), o uso do cômodo torna-se estático, preestabelecido, dificultando ou eliminando a possibilidade de novas atividades.
Esta é uma importante orientação para a indústria moveleira: hoje o consumidor pode ter um quarto-escritório, um quarto-sala de TV ou tudo isso ao mesmo tempo. Isso é válido para fabricantes de móveis focados em qualquer nível de renda da população.
Em média, para cada indivíduo existe uma área de 60 cm x 50 cm, denominada zona de contato, que forma uma elipse ao redor da pessoa. A partir desta área, é possível determinar as áreas mínimas para circulação de pessoas em vários ambientes.
Conforto
A sensação de conforto dos usuários de um ambiente é mais do que uma reação meramente fisiológica; ela também deriva de questões culturais, simbólicas e sensoriais.
As sensações térmicas afetam a experiência do ambiente pelas pessoas, reforçando seu significado como abrigo ou proteção, na vida de seus usuários. As sensações de conforto luminoso e acústico também ficam retidas na memória como positivas ou negativas a partir de um repertório de experiências espaciais acumulada.
Assim, as sensações de conforto traduzidas pelas reações fisiológicas do corpo humano associam-se às sensações de conforto psicológico, que se traduzem em reações de apego ou de desprezo ao lugar. Para que uma tarefa possa ser realizada com um grau razoável de eficiência e dentro de níveis aceitáveis de conforto, o produto deve ser ajustado ao usuário.
Autor: Juliana Dantas
Fonte: ESPM